sábado, 26 de junho de 2010

Robôs de fralda


Engatinham em fila pelo circuito. Poderiam andar, mas o medo de cair pressiona ainda mais os membros ao asfalto. Nesta corrida não existe ultrapassagem, não é cordialidade, e sim imposição. A regra não é questionada, pois o movimento contínuo da chupeta os impede de fazer da precoce linguagem interrogação.

O tempo de percurso é igual para todos. Emboram sejam massa (crua), com as curvas sinuosas poderiam pegar atalhos e ganhar tempo, mas nem se preocupam em raciocinar; a linha de chegada está bem ali a frente.

Cada metro apresenta uma atração diferente, porém
um desvio de cena é um risco e poderia fazê-los perder a esperada bandeirada.


Polandesamente falando: a futilidade intelectual é transformada em filosofia de vida. Se é que podemos chamá-la de vida. Esse apreço pelas atitudes vazias, na verdade, cheias de inconsistência; é repugnante de se ver.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"Copatriotismo"



"Independência ou morte" disse D. Pedro I. O tempo então parou; surgiu uma nação. Início do patriotismo? Os anos passaram e o verdadeiro amor ao país se extinguiu. A paixão por um esporte se tornou o motivo de ser brasileiro e não o orgulho pelas origens, montes, lagoas, praias e cidades.

Em 7 de setembro o Brasil parou para ouvir um só grito... e ontem, só parou. Milhões de pessoas unidas num único motivo e objetivo: torcer. As mesmas pessoas que reclamam diariamente do transporte público, dos impostos, da falta de segurança, do presidente e de ser brasileiro.

E se todos esses parassem de ver a bola e parassem para exigir justiça? Parassem para a sujeira na capital? E se simplesmente parassem? Parassem e repensassem? Dois tempos de 45 minutos seriam gloriosos.

Polandesamente falando: D. Pedro I nada mais é que um terminal de ônibus. Patriotismo de 4 em 4 anos? Vergonhoso.