sábado, 14 de julho de 2012

Lavando a louça suja




Eu adoro vir ao Fran's Café. Não é pelo atendimento diferenciado ou a qualidade dos produtos. É pela bagunça da loja mesmo. Os atendentes, em qualquer horário que seja, reclamam de tudo. Agora mesmo, aqui, uma moça de avental acusa o turno anterior de não ter pedido tomate seco.

- Ai, menina, imagina se um cliente quer e não tem? Quem ia levar a bronca? Eu, né! – dizia, Claudete.
Hilário. Esses diálogos interessantes já me renderam muitos textos (aliás, quer escrever? Observe as pessoas). Vou comprar um tomate bem sequinho e entregar para Claudete de presente. Tadinha.

Outro dia a discussão era pelo gerente ter trancado o estoque, levado a chave e ido viajar. Inteligente, não? Se você bateu de leve na testa e balbuciou um “putz!”, imaginem a cara da Claudete? Tadinha; de novo.


Polandesamente falando: não importa o ramo do negócio, as empresas têm as mesmas características: funcionário que reclama de colega, que reclama de chefe, que reclama do presidente, que reclama de todo mundo, achando que poderia ganhar muito mais dinheiro.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Nós, nós as mulheres



Um dos símbolos da sensualidade feminina são as longas madeixas. Pergunte para seu namorado, amigo, vizinho. “Nada como uma mulher de cabelos compridos” – eles dizem.  Tendo essa afirmação como reflexo do pensar e ser, o estereótipo é seguido à risca. São tantas as formas de consegui-lo. Seja química ou fisicamente, como perucas, apliques e afins.
Não faz muito tempo vimos nas ruas algumas senhoras com cabelos mais ralos. Esse número está aumentando e sendo espalhado pelas gerações sucessoras.
As mulheres estão ficando carecas. Sim, carecas. Já reparou? Não quero criar o julgamento do belo, apenas levantar hipóteses. Essa acomia é fruto de mudanças genéticas ou reflexo de aparatos que não deveriam ser usados nos fios?
Secadores, chapinhas, amônia, fazem com que nosso corpo se modifique devido à necessidade humana ou será que é apenas uma transformação genética natural assim como a dos homens? Ou ainda: o calor global diminuirá a necessidade de pelos no corpo? A alopecia tirará a feminilidade e característica do sexo? Daqui muitos anos, homens e mulheres terão os mesmos traços faciais?

Polandesamente falando: a natureza modifica o homem ou o homem modifica a natureza?

domingo, 8 de julho de 2012

Valentia virtual





Todas as características que tornam o ser humano indivíduo são as mesmas que o classificam em um certo grupo. Já começa a contradição: unicidade conjunta.
Em cada complexo então existem infinitas particularidades, que unidas, transformam-se em qualidades. Temos os nervosos, os pessimistas... os tímidos e fechados, por exemplo. Aqui me apego.  De costume, esses são definidos popularmente como de difícil (ou pouca) comunicação, retraídos e até medrosos. Novamente: são características.
Muitas vezes este tipo usa outros meios para se expressar, como a arte. Aproximando-se ainda mais, alguns usavam os conhecidos diários, a consciência exterior. Cadernos, agendas, tanto fazia o tipo; era um desabafo, uma externação.
Com o avanço do tempo essas individualidades similares migraram para páginas virtuais, as redes sociais. (D)Escreve-se o pensamento através de jargões e, o mais importante, expõem-se sentimentos. Nesse mundo percebemos a valentia não antes vista. 
Essa nova representação do indivíduo o desclassificará como tal? Deixaremos o pensamento individualista, para o de grupo?

Polandesamente falando: um novo tipo de coragem foi criado? A valentia da massa, claro, despercebida, afinal ainda são usuários individuais de um acesso (cadeado) ao diário de muitas vidas, mas que ao mesmo tempo tornam-se únicas.