segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"Vento ventania, não leve meu destino"


Seus pares locomotivos tremiam. Não conseguia carregar o triplo de seu peso, mas precisava transportar o bloco de folhas até o ninho. Sua família dependia disso, só assim poderiam se alimentar. Em meio a chacoalhões de esforços a pequena saúva andava e descia pela árvore. Enquanto suava para completar a tarefa a natureza preparava a sua.

Uma rajada de vento como nunca vista fez balançar intensamente as folhas presas às patas da formiga até que seu esforço em agarrá-las foi vencido. Voaram por todos os lados e pousaram ao chão enquanto a carregadeira foi levada a galhos vizinhos pelas ondas de gases invisíveis.

A pobrezinha olhou desanimada para o desastre. Tinha que recomeçar a jornada, antes que seu estômago roncasse.


Polandesamente falando:
as mudanças ocorrem constantemente. Algumas são facilmente identificadas proporcionando tempo para lidarmos, outras chegam de surpresa e a paciência e dedicação são as ferramentas para nos adaptarmos.

sábado, 28 de agosto de 2010

OTN - o imaginário em claquetes

(Na foto: Raul e Ignácio)

Imagine seu ídolo. Pode ser ator, cantor, esportista... cozinheiro de refeições não-comestíveis, faxineiro de nariz constipado, limpador de piscinas de bolinhas, cabeleireiro de pé de hobbit, eyebrow stylist do Spok e afins. Sonhe poder ajudá-lo por uma causa maior. Algo bem grande, feito de coração e criado pela mente.

Imaginou? Então agora pare de fantasiar e simplesmente faça.

Polandesamente falando:
ter conversado com meu autor preferido, virado vampira, morrido queimada pelo Sol e revivido; tudo no mesmo dia, foi inesquecível.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"...Caminhando e cantando e seguindo a canção..."


Dia exaustante. O cansaço físico e mental dominam teu corpo. O que você mais quer é chegar o quanto antes em casa. Aquele banho morninho e um bom jantar te fazem imaginar como seria sensacional ter comprado um helicóptero; melhor ainda se tivesse poupado os reais gastos com os constantes e irrecusáveis happy hours. Se arrepende amargamente quando avista o símbolo da Mercedes-Benz preso na caixa retangular e metálica com rodas em excesso? No máximo adquiriu um bilhete único? É... "rapadura é doce, mas não é mole não" meu caro.

Como se esse transtorno já não fosse suficiente para sua vida ser uma merda, você entra no ônibus. As encoxadas por velhos tarados, cotoveladas, joelhadas, cabeçadas, pisadas de pé, "bundadas", mal cheiro, xingamentos, erros de potuguês e a fluência dos outros passageiros em dialetos desconhecidos são rotina. Você olha a paisagem - que não muda. São carros e mais carros parados em volta - e começa a pedir para todos os santos e ao Todo Poderoso Timão que chegue logo, ou pelo menos vivo.

Até aí tudo andava "bem", mas de repente você escuta uma música e pensa que é de algum veículo que deixou o vidro aberto. Não. Você se enganou. Aquele jovenzinho infeliz a dois bancos de distância está escutando música em seu celular em alto em bom som, quer dizer, só alto porque boa sonoridade nunca é. E a trilha sonora começa:

"Lua vai, iluminar os pensamentos dela (com essa música, o máximo que pode acontecer é iluminar até dar branco) fala pra ela que sem ela eu não vivo (ela é que tem que agradecer por não viver contigo) viver sem ela é o meu pior castigo...(o seu pior castigo é ter escolhido essa música pra cantar)". Tem quem traga repertórios mais ousados (e comestíveis, mas difíceis de engolir - se é que me entendem): "Depois lá dentro. Tem forró, tem batucada. Cantador de embolada..."

E depois de insistentes duas horas de trânsito (claro que o infeliz da música vai descer no ponto final) você se martiriza por não ter comprado aquele bendito helicóptero e na manhã seguinte o foco será em conseguir um sagrado cofrinho.

Polandesamente falando: as pessoas não têm noção de espaço, individualidade e respeito. São egoístas ao dividir (des)gostos com o coletivo.

domingo, 22 de agosto de 2010

O som da vida (ou morte)


O sacrifício por uma razão maior é motivo para trajar o orgulho camuflado. Dentre tantos desafios na jornada o agravante é pensar na vida como constante perda.

Deixa-se o mundo conhecido e o conforto para embrenhar-se na aventura das possibilidades. Uns levam o amor na lembrança ou um "simples" adeus, mas estes soldados encontram nas notas um refúgio e em seu maestro a imperceptível saudade de casa.

Polandesamente falando: a música é história de vida para todos por mais difícil que seja o seu viver.

sábado, 21 de agosto de 2010

À maldade bípede


Que a bolha da arrogância te faça surdo ao mundo dos elogios. Que seu coração de pedra construa um muro, desviando os bons sentimentos que alguém por você um dia possa ter. Que a humildade a ti seja castigo, paga com o suor da tolerância. Que a justiça em nossos olhos embace o caminho de sua morta alma, deixando-a vagar para sempre no nada.

Polandesamente falando: que a maldade se torne um cadáver que nos sorri com verdadeiros dentes, pois as dentaduras só imitam um sorriso preenchido para esconder o vazio de nossa boca.

domingo, 15 de agosto de 2010

Ah, o amor... (parte 2 de...)


Quem é você que faz de mim só sorrisos? Quem é você que de meu coração faz batida de único ritmo? Quem é você encanto doce de primavera? Quem é você controlador do tempo? Quem é você saborosa alegria? Quem é você voz de veludo? Quem é você nova euforia? Quem é você?

Será você meu destino? Será você grande recompensa? Será você calmaria de meus anseios? Será você meu desatino? Será eu e você?


Você é mistério. Você é o complexo. Você é descoberta?

O que é você?

Polandesamente falando:
descobrirei o que és para saber se és quem eu quero que sejas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Enter Net na Moderna Idade


Presente há cerca de 2 décadas, a World Wide Web pode ser considerada sinônimo da modernidade; para os mais ousados, uma nova era: a.I. / d.I. No começo esta revolução comunicacional era dominada pelos jovens, mas de uns tempos pra cá tem feito brilhar olhos mais cansados.

Assim como "nossos" filhos estão crescendo num mundo totalmente diferente em que brincar de pega-pega ou jogar bola é feito no Wii e bichinho virtual é o nome carinhoso de seus celulares, os nossos queridos de cabelos cor de neve estão envelhecendo "digitalmente". A cada dia aumenta o número de participantes nas redes sociais. É outro modo de exercitar a mente; brincando de ser jovem novamente.


Polandesamente falando: tricô, xadrez e bocha são coisas do passado. Mas, o que são os "velhos tempos" quando os vovôs e vovós reclamam da velocidade dos aplicativos do Orkut e Facebook?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ao "Bando de Idiota"


Correr, é fácil, basta ser rápido. Correr na mesma sintonia de outras pernas é um desafio e requer uma habilidade especial, é preciso comprometimento.

Ganhar, é simples, basta chegar primeiro. Ganhar para quebrar recordes é estar preparado e não ter medo de tentar.

Receber o carinho da torcida é natural, basta cruzar a linha de chegada; mas para ser memorável é preciso dar mais de uma volta na pista.

Polandesamente falando: em uma corrida, correr com os próprios pés é vencer... Ter corrido com vocês foi ter buscado o verdadeiro valor da vitória.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Saúde pública - nada saudável


Analisem primeiro a foto da simpática placa informativa que fica dentro de um PS e tentem achar os 2 erros. (Acharam? Não? Ok, eu explico: 1- como pode a informação estar dentro do hospital sendo que o infectado com H1N1 tem que entrar pra ler? 2- Se alguém tiver dúvidas de como lavar a mão eles podem te ajudar. Sim, no português a ordem dos fatores altera o produto!)


Agora, a parte filosófica:

A cada instante mais pessoas se machucam. Acidente? Ou será que cada ferimento que temos é para nos fazer fortalecer em algo que nos é defasado? Estar doente é aprender? A dor representa o tempo de aprimoramento cultural/pessoal para um problema? Curar-se é amadurecer? Os que raramente se ferem têm melhor conhecimento próprio? Os que levemente se machucam possuem saliente capacidade de cura? E os que sofrem um terrível desastre, devem e por que aprender mais que os outros?


Quando morremos por algum "acidente" é porque já amadurecemos e aprendemos o suficiente? É aquilo que devíamos ter conhecido e somente?



Polandesamente falando: pronto-socorro não deveria ter esta nomenclatura. Receber atendimento em um é questão de prioridade. Se tiver um plano de saúde o atendimento é "pronto", caso contrário, espere por um socorro. Há também o atendimento por ordem de dor. Parece um leilão, quem grita "aqui dói mais" leva o leito. O mais impressionante é o atendimento Tele Sena. Quem faz mais pontos em fratura ganha morfina; os menos pontos só um sorinho caseiro.