sábado, 11 de dezembro de 2010
Conselheiro virtual
Quem nunca baixou vídeos, músicas, filmes e afins da internet? Se negar será preso por delito do Pinocchio. Existem os sites confiáveis em que depois de simples passos e minutos você consegue desfrutar dos arquivos desejados, porém, alguns, diria suspeitos, nos fazem colocar o número de celular em consequência de uma permissão para obter o que queremos baixar.
Você olha para a inofensiva página e pensa: "Ah, que legal! Eles têm o que preciso, maravilha! Só tenho que colocar meu cel aqui? Como assim? Ah... tudo bem, é de graça mesmo... o que de ruim pode me acontecer?" Depois de um minuto você descobre (O delivery do China In Box poderia ser assim...). Seu aparelho telefônico vibra. Contente e achando que seria um sinal de vida daquela amizade colorida, ansioso corre para verificar, descoordenado e tropeçando por todos os cantos. Ao pegar o celular vê um número e nome estranhos. Desconfia que seja a maldita promoção da Tim ou o Gugu dizendo que ganhou finalmente o carro da "Promoção Premiada!". Não, dessa vez era algo diferente:
"Invista no seu melhor olhar para chamar a atenção dela(e) e iniciar uma boa conversa. Envie NOVO para tc com novos amigos!"
- Quê? - Diz a si mesmo.
Passados poucos minutos, novamente:
"Se você não acreditar em você e em sua capacidade, ninguém mais o fará!"
E de novo:
"Não se mate. Poupe esforços! Deixe que o façam por você!"
- Que P^%* é essa? - Pensa incrédulo.
Cancelar é humanamente, e virtualmente impossível. Revira o Google, até a barsa. Nada. Aquelas mensagens motivacionais se tornam "alegrias" diárias. Exausto das fracassadas tentativas de se livrar do "amigo" mais grudento e incômodo que quebra-queixo em dente cariado, resolve procurar ajuda psicológica. Depois de horas divagando acaba levando seu psicólogo à loucura.
Semanas se vão. Desiludido, acaba aceitando o que o destino impôs, afinal não tinha mesmo muitos amigos.
Polandesamente falando: às vezes o aparentemente mais prático se mostra o mais trabalhoso. O "livre" te prende a cada consequência...
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
A diferença pros indiferentes
- A gente num somu motoboy, a gente somo motocicrista - disse o camarada. Sua jaqueta em forma de iglu de contrária coloração dava-lhe um aspecto engraçado, como boneco de posto em dia de ventania. Os braços do homem não dançavam como os do brinquedo de frentista, sua pose estilo Super Homem e seu sorriso amarelado enchiam-no de orgulho ao pronunciar a palavra caçula.
- Ah, me desculpe moço. Não sabia que tinha diferença - retrucou ironicamente a garota, olhando o emblema empresarial no centro da vestimenta do rapaz.
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E você que diariamente acompanha o trânsito, sabe a diferença? Não? Veja só:
Motociclista: pessoa que conduz uma motocicleta.
Motoqueiro: diz-se do, ou o que anda de motocicleta.
Motoboy: profissional que utiliza uma motocicleta (geralmente de baixa cilindrada, de 90 a 250cc) para entregar e receber diversos tipos de objetos: pizzas, fast-foods em geral, documentos, pagamentos bancários entre outros.
Agora, por favor, não confunda mais para não ofender o condutor das duas rodas.
Polandesamente falando: não adianta embelezar, uma reputação imodificável é uma reputação imodificável.
domingo, 5 de dezembro de 2010
O significado de um significante insignificável
Se sua imaginação vai além imaginando o sentido da vida, imagine se ela não tiver um sentido. Sua mente irá para o além.
A vida é um complexo vazio. Extraindo os nomes dados pelos seres humanos às coisas, o que sobrará? O nada. Se seu conceito do "nada" foi formado por significados impostos pela sociedade que assim o definiu, tente imaginá-lo sem isso. Impossível. Sua mente vagará pelo imenso conflito de determinações.
O homem necessita nomear as coisas para tentar justificar seu viver. Enlouqueceria se não se sentisse motivado a descobertas. Viveria o nada para chegar ao nada.
Polandesamente falando: se nomeamos o abstrato viver, vimemos abstraindo um conceito inexistente.
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