domingo, 25 de setembro de 2011

Ah, o amor... (parte 9 de...)


Sentou e recostou-se na rede fugindo da luz. Seu balanço, feito as ondas visíveis à frente, o levava em pensamentos. Como sentia falta dela. Seu toque, seus olhos, seu mundo.

Recordava claramente o início de tudo. Estavam no mesmo avião, mesmo hotel, ela, no quarto ao lado. Usou uma desculpa ridícula. Sorriu ao lembrar-se da frase. Perguntara-lhe como fazia para chegar em uma rua, que por ela também desconhecida era.

Não precisava ir para lugar algum na verdade, só queria conhecer a bela vizinha. E que forma mais idiota, pensava agora. Ela respondeu-lhe que não sabia, mas, bondosa, poderia tentar descobrir para ajudá-lo.

O lugar era longe, a conversa comprida, e as semelhanças, grandes. Encantou-o com inteligência e delicadeza; com charme e intensidade. A vida provou-lhe que o acaso não existia, e o destino, certeza.

Voltou para sua cidade, acompanhado. Transbordavam sorrisos mútuos, amavam-se. Os dias avançaram do hotel ao altar; da cumplicidade, ao céu.

Lembrava nitidamente do fim. Estavam no mesmo carro, ela, do lado errado. A carreta veio da direção contrária. Cúmplice do desgraçado tempo, não conseguiu agir antes. Viu pela última vez seu lindo rosto e sua doce voz dizendo “eu te amo”.

Chorou em silêncio. Olhou novamente para o mar tranquilo. Contrapunha seu coração há muito transtornado.

Polandesamente falando: mergulhar nas águas do esquecimento é afogar-se na turbulência das memórias.

4 comentários:

  1. nossa ein...forte seu texto...mas tb mostra o quanto é importante dizer "eu te amo" as vezes...ser sincero com os sentimentos de se deixar levar por algo bonito que se esta vivendo..pena que mta gente se esconde em jogos, e outros artificios...
    mais uma vez lindo seu texto

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  2. Exatamente. Dizer o que se sente é uma qualidade rara. Que bom que gostou.
    Obrigada, Felippe.

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  3. Concordo com os dois e gostaria de acrescentar que também é importante a coragem desse personagem. Coragem para abraçar um erro, aceita-lo e buscar superar.
    Sinto algo como aquele velho clichê que todos podem ter um novo começo.

    Gostei do seu blog. Nilson do Treinamento lembra? rss..

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  4. Obrigada pelo comentário, Nilson! Espero que continue prestigiando meu trabalho.

    Um abraço e até o treinamento de novembro!

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