Faixas separam destinos. O branco retangular é vida, é morte; é sepultura. Quatro rodas contra quatro patas. Cruel diversão dos marginais ou trágica distração nas marginais?
Milhares de cães são mortos todos os dias nas grandes avenidas. Carros passam e abanam sua existência. Outros, distraídos, atropelam a dignidade dos restos disformes.
Os famosos paralisam a cidade com sua "imortalidade", enquanto animais, no curto lapso temporal, são postos de lado no canteiro central do não-notável.
Não comparo seres, importâncias e crenças. Falo de retinas viciadas, metódicas, enfeitiçadas; que vivem e não (a)notam os argumentos visuais da vida.
Polandesamente falando: se ver, enxerga. Se enxergar, observa. Se observar, repara. Se reparar, realmente mude. Mude de faixa, altere a direção. Mude a sua visão, altere seus conceitos; transforme(-se).
Sandra,
ResponderExcluirGostei do tom, do ritmo e do som. A forma escolhida coloriu o sentido que anima esse escrito. Não tenho dúvidas: nasceu de sua alma. Isso explica a origem dessa beleza. Parabéns!
Beijo,
Anderson Felix.
Sua cronica está quase um poema.
ResponderExcluirCreio que os domésticos finados agradeceriam bastante tua lembrança. Fico grato por eles então.
ResponderExcluir