As crianças são
tão melhores. Não julgam, não afirmam, conhecem e apenas entendem. Vivem em
grupo como iguais, instintivamente. Por não terem a consciência da compreensão de
como o mundo funciona na visão dos adultos, não os estraga. As crianças não
conflitam entre si por grandes motivos, apenas por coisas simples como não
brincar na hora que querem ou do jeito que querem.
De onde vem
então o julgamento da maioridade? Em qual momento ele é adquirido em nossa
vivência? Será quando começamos a saber mais sobre a vida e seus porquês? Ou
quando achamos que descobrimos de onde o próprio julgamento vem? Quanto mais anos acumulamos mais chatos
e egoístas nos tornamos.
Se pensarmos na
mente fresca (de uma criança) como um espaço a ser preenchido através de
diversos compartimentos (ex. 1 a 100), podemos entender que, vazia, ela poderá receber
tudo e de qualquer natureza. Cabe ao ser que a possui selecionar o que pretende
armazenar, seja consciente por uma necessidade de guardá-lo ou
involuntariamente, como as lembranças. Quando esse poder de armazenamento se
torna mais seletivo pelo passar dos anos e do aumento da crítica, do conhecido
e do transformado, os espaços livres diminuem. Imaginando um homem de 100 anos,
pode-se concluir que ele provavelmente tenha todo este espaço preenchido e o
que se fixou possa ser o que por ele foi selecionado ou o que o mundo lhe direcionou
a captar.
Polandesamente falando: a mente nova de criança apenas vê o que
os olhos lhe permitem. O julgamento começa quando enxergamos o contrário à
nossa crença.
O nascimento do julgamento seria o próprio nascimento da razão?
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