- Cê tá sabendo?
- Do quê?
- Dos caçadores.
- Caçadores?
- É, dos caçadores. Não ouviu?
- Ouviu o quê?
- O que estão falando por aí.
- O que estão falando por aí?
- Ai, você não presta atenção mesmo, né?! Estão falando que
tem uns caçadores procurando pela gente.
- Pela gente?
- Sim.
- E o que eles querem?
- Fazer a gente de prisioneiro num outro lugar. Ouvi dizer
que é quadrado... e virtual.
- Não! Quadrado não, por favor – disse amedrontado. - E por
que alguém iria querer tirar a gente daqui? Tem tanta coisa melhor lá embaixo,
olha – disse apontando com o braço para direita. Tem chiclete vermelho. Hum! Como
gosto de chiclete vermelho! – falou animado.
- Pois é. Também não acreditei da primeira vez que ouvi, aí
ontem tava falando com o Vitor, sabe, aquele que sempre bate a cabeça no teto
quando pula?
- Putz se sei. Esse Vitor é muito tonto, meu. Já falei pra
ele baixar a cabeça.
- Então, ele me contou que ontem tava lá quietinho esperando
o jantar, daí de repente ele ouviu.
- O quê?
- Eles.
- Quem?
- Os caçadores.
- Não!
- Sim, estavam planejando vir aqui hoje e fazer... – e a
frase foi interrompida pelo giro da maçaneta.
Polandesamente falando: não importa quanto antiga seja a
brincadeira, sempre haverá caçadores por aí.
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