Todas as características que tornam o ser humano indivíduo são as
mesmas que o classificam em um certo grupo. Já começa a contradição: unicidade
conjunta.
Em cada complexo então existem infinitas particularidades, que unidas,
transformam-se em qualidades. Temos os nervosos, os pessimistas... os tímidos e
fechados, por exemplo. Aqui me apego.
De costume, esses são definidos popularmente como de difícil (ou pouca)
comunicação, retraídos e até medrosos. Novamente: são características.
Muitas vezes este tipo usa outros meios para se expressar, como a arte.
Aproximando-se ainda mais, alguns usavam os conhecidos diários, a consciência
exterior. Cadernos, agendas, tanto fazia o tipo; era um desabafo, uma
externação.
Com o avanço do tempo essas individualidades similares migraram para
páginas virtuais, as redes sociais. (D)Escreve-se o pensamento através de
jargões e, o mais importante, expõem-se sentimentos. Nesse mundo percebemos a
valentia não antes vista.
Essa nova representação do indivíduo o desclassificará como tal? Deixaremos
o pensamento individualista, para o de grupo?
Polandesamente falando: um novo tipo de coragem foi criado? A valentia
da massa, claro, despercebida, afinal ainda são usuários individuais de um
acesso (cadeado) ao diário de muitas vidas, mas que ao mesmo tempo tornam-se
únicas.
Querida Sandra,
ResponderExcluirObrigado por nos fazer pensar sobre esse que é um dos temas centrais da filosofia moderna e contemporânea: o indivíduo. O par uno-múltiplo, já apontado pelos gregos, foi sucessivamente retomado ao longo da história Ocidental. Para simplificar - sem reduzir -, basta identificarmos a relação conflituosa entre indivíduo (sujeito) e sociedade. Se a internet e suas redes sociais são um meio para o indivíduo exteriorizar o seu pensamento, exercitar a sua razão, estamos diante de uma poderosa ferramenta de transformação social (indivíduo?). No entanto, temo que esse meio seja apenas um "lugar" para, mais uma vez, reproduzir o pensamento homogêneo, o pensamento "único". De todo modo, é inegável que assistimos a um novo modo de ser dos indivíduos (sociedade?), o que, por si só, é digno de nota. Obrigado, mais uma vez, por registrar e dividir o seu pensamento sobre esse tema e nos fazer refletir.
Beijo,
A.