quarta-feira, 9 de abril de 2014

Tipo 2




O cara Tipo 2 sabe disfarçar. Levanta da cadeira como se fosse para uma reunião importante, relaxado. Leva consigo um relatório ou uma folha em branco qualquer e caminha normalmente para o elevador. Entra, aperta o 3º andar e se vai alguém com ele, cumprimenta, pergunta da família, faz muito bem um social. Despede-se com simpatia. Segue tranquilo para a porta familiar. Ele gosta dela. O cara Tipo 2 entra lá sem ninguém ver, ele é experiente. Devidamente instalado, usa suas habilidades físicas e as de sabichão dessa arte para não levar mais que 15 minutos. Sai sem pressa, faz o caminho inverso com o mesmo carisma, entra em seu departamento com um ar de “acabei de voltar de uma reunião importantíssima”, senta e continua trabalhando como se nada tivesse acontecido.

Polandesamente falando: o cara Tipo 2 é você, sou eu, são eles. Todo mundo faz cocô, corta o rabo do macaco, encera o trono, produz bolo fecal. Por que o desespero como consequência quando se faz isso no trabalho? As pessoas tentam disfarçar, saem do banheiro com aquela cara de “todo mundo sabe onde fui, até cronometraram quanto tempo demorei”. Essa é uma grande questão da complexidade que uma necessidade fisiológica causa no ser humano quando ele é exposto ao grupo. Por que é constrangedor? Quando começou a definição de que a naturalidade de dissipar o não aproveitado pelo corpo é julgamento?
 

Um comentário:

  1. Muito bom Polandesa. E quem ficar incomodado lembre-se que cada um traga(do verbo tragar e não do trazer) a sua parte e pronto. Show de bola. Ah, ainda To no aguardo daquele sobre distúrbios do sono. Bjos...

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