quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Liberdade de escolha?



Fazia compras num mercadinho simpático de seu bairro com as amigas. Procurar os últimos lançamentos em todas as prateleiras de todos os corredores em todos os setores não era cansativo, pelo contrário, era diversão. As "coisas de mulher" adquiridas estavam em mãos, seguras, e, para melhorar, o Sol matinal aquecia a aventura. Tudo perfeito - até o momento.

Saiu do paraíso - que ao mesmo tempo era o inferno para seus cartões de crédito -, e avistou um grupo de pessoas caminhando com placas, adesivos e um microfone. Escutou uma música - nada criativa - de um candidato à política. Se tivesse uma sobrinha de 5 anos teria certeza de que faria melhor; aliás, até indicaria para o partido, coitados. Anotou na agenda: "quando andar pela rua e escutar um jingle horrendo lembrar de indicar a sobrinha fictícia para os caras e tentar ganhar uma grana com isso".

A música, ruim por si só, cantada pelo grupo tornava-se insurpotável. Os assassinos de tímpanos saudáveis andavam e colavam - sem autorização - adesivos nos transeuntes. Pararam em frente à uma loja, atrapalhando o trânsito e sua bela manhã. Absurdo - pensou a garota. Absurdo.

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Época de eleição. Todos "adoram". As leis, antes imutáveis, passam pelo "jeitinho brasileiro". Exemplo? A "Lei da Cidade Limpa" não é considerada neste período. Placas de candidatos são vistas pelas ruas (atrapalhando a passagem pela calçada), fincadas na grama (destruindo a natureza), ao lado de sua janela do carro (criando a impressão de que existem cabeças voadoras), dispostas em triciclos, etc.

São falsas promessas, mentiras, projetos absurdamente impossíveis, afagos em crianças (alguém entende o sentido disso? Como se alguma soubesse quem eles são. E, se descobrissem, tenho certeza que não gostariam de receber o "carinho"), sorrisos amarelos...

São tantas coisas para nada.
E tem gente que ainda acredita...

Polandesamente falando: Liberdade, palco de grandes lutas na história da capital serve nessa época de show para os escravos da falsa liberdade de escolha. Não é possível decidir, quando as opções disponíveis não são opções. Não escolhemos candidatos, eles próprios o fazem. É preciso aprender a libertar a si mesmo para assim lutar pela verdadeira liberdade.

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